O mês de outubro é marcado pela campanha Outubro Rosa, que busca conscientizar sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama — uma das principais causas de mortalidade entre mulheres em todo o mundo. No ambiente corporativo, falar sobre saúde feminina no trabalho é um compromisso que envolve não apenas cuidado físico, mas também apoio emocional, saúde mental, segurança no trabalho e qualidade de vida.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de mama é o tipo mais frequente entre mulheres no Brasil, com mais de 73 mil novos casos estimados para 2025. Apesar disso, quando detectado precocemente, as chances de cura superam 90% (INCA, 2024).
O corpo costuma dar pequenos sinais que podem indicar alterações. Mudanças no formato da mama, sensibilidade diferente, alterações na pele ou no mamilo são exemplos de sinais que merecem avaliação médica profissional. É fundamental não ignorar essas modificações no dia a dia, mesmo quando o tema ainda é cercado por tabu, insegurança ou constrangimento — quanto mais cedo a investigação ocorrer, maiores são as chances de sucesso no tratamento e de manutenção da saúde no trabalho.
Histórias de superação: a prevenção salva vidas
Existem inúmeras histórias de mulheres que venceram o câncer de mama. Segundo dados da American Cancer Society (2023), quando a doença é diagnosticada em estágios iniciais, a taxa de sobrevida em cinco anos ultrapassa 90%. Casos de sucesso mostram que, com acesso rápido a exames, tratamento adequado e apoio da empresa, a recuperação é possível — e muitas mulheres retomam suas rotinas pessoais e profissionais com qualidade de vida e saúde mental preservada.
Esses exemplos servem como inspiração para reforçar que prevenção não é apenas estatística: é uma oportunidade concreta de salvar vidas e transformar trajetórias.
O Brasil conta com leis que garantem proteção ao trabalhador durante o enfrentamento da doença:
- Lei nº 8.213/1991: assegura o auxílio-doença e a aposentadoria por invalidez em casos de incapacidade laboral.
- Lei nº 12.732/2012: determina que pacientes com câncer iniciem o tratamento pelo SUS em até 60 dias após o diagnóstico.
- NR-7 (PCMSO) e NR-1 (Disposições Gerais): exigem que empresas promovam exames periódicos, programas de prevenção e ações de saúde ocupacional, integrando a prevenção ao câncer e a saúde mental ao dia a dia das organizações.
Para o RH, conhecer esses direitos e normas é essencial para orientar colaboradores com acolhimento, segurança e respeito. Além de orientar, é importante fomentar uma cultura de comunicação clara e inclusiva, compartilhando informações de forma objetiva e tranquila. Entre os pontos principais estão os profissionais de saúde que podem auxiliar e os exames de rotina recomendados, bem como sua periodicidade:
- Ginecologista: geralmente é o primeiro contato e pode solicitar os exames de rotina.
- Mastologista: especialista em saúde das mamas, indicado para acompanhamento mais detalhado.
- Médico do trabalho: atua no contexto corporativo, orientando e encaminhando colaboradores, reforçando a importância dos exames periódicos e da prevenção no trabalho.
- Psicólogo: oferece suporte emocional e de saúde mental em situações de ansiedade, medo ou enfrentamento de diagnósticos.
O cuidado pessoal é fundamental: observar o próprio corpo regularmente ajuda a identificar mudanças e facilita a procura precoce por atendimento. O exame clínico das mamas, realizado por médico ou enfermeiro, deve integrar as consultas periódicas. A mamografia, principal exame de rastreamento, é recomendada pelo Ministério da Saúde a cada dois anos para mulheres entre 50 e 69 anos, enquanto a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) sugere a realização anual a partir dos 40 anos, especialmente quando há histórico familiar. A ultrassonografia das mamas pode ser solicitada como exame complementar, especialmente em mulheres mais jovens, oferecendo um acompanhamento ainda mais detalhado e seguro.
O impacto na autoestima e na saúde mental
O câncer de mama não afeta apenas o corpo, mas também a saúde mental e a autoestima. Mudanças físicas decorrentes do tratamento, como queda de cabelo ou alterações na imagem corporal, podem gerar sentimentos de insegurança e ansiedade. A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que mulheres em tratamento têm risco aumentado de desenvolver depressão e transtornos de ansiedade.
Nesse contexto, a empatia no ambiente corporativo faz toda a diferença. Gestos simples — como adaptar a rotina de trabalho, oferecer apoio psicológico e criar campanhas internas de valorização — podem fortalecer a autoconfiança e mostrar que ninguém enfrenta esse desafio sozinha.
Cuidar da saúde feminina no trabalho vai além do Outubro Rosa: trata-se de criar políticas contínuas que valorizem o bem-estar físico e emocional. Algumas iniciativas possíveis:
- Oferecer programas de incentivo à atividade física, que reduzem o risco de câncer em até 20%.
- Campanhas internas de prevenção ao câncer de mama, com lembretes para exames periódicos, check-ups e orientações sobre hábitos saudáveis.
- Ambientes de apoio psicológico e saúde mental, incluindo rodas de escuta, parcerias com psicólogos e incentivo ao diálogo aberto.
- Integração com a segurança do trabalho, reforçando que normas como a NR-7 e NR-1 orientam a realização de exames periódicos e ações preventivas.
- Treinamentos para líderes e RH, com foco em empatia, acolhimento e condução de casos delicados no ambiente profissional.
Essas práticas fortalecem a equipe como um todo, criando laços de confiança, reduzindo absenteísmo e aumentando o engajamento. Afinal, quando o colaborador se sente cuidado, ele também cuida mais do seu trabalho e das pessoas ao redor.
No dia 18 de outubro, celebra-se o Dia do Médico, data que nos lembra da importância desses profissionais na linha de frente da prevenção, diagnóstico e acompanhamento de doenças como o câncer de mama. Para as empresas, esse é um momento oportuno para valorizar e aproximar a equipe médica ocupacional, destacando como ela contribui diariamente para manter os trabalhadores saudáveis, seguros e com saúde mental preservada.
A presença de médicos do trabalho, por exemplo, não se restringe a exames admissionais ou periódicos — eles têm papel estratégico em campanhas de prevenção, acompanhamento de colaboradores afastados e integração com programas de saúde mental e segurança ocupacional.
Saúde feminina, segurança e felicidade no trabalho
O tema da felicidade no trabalho não deve ser visto como um conceito abstrato, mas como um fator mensurável que impacta diretamente a produtividade. Estudos publicados na Harvard Business Review (2023) apontam que colaboradores mais felizes podem ser até 31% mais produtivos.
Quando falamos em saúde feminina, trazer felicidade ao ambiente corporativo significa proporcionar segurança, acolhimento e oportunidade de cuidar de si mesma sem culpa ou barreiras. O RH e a liderança têm papel essencial em transformar esse cuidado em prática diária.
Ao unir prevenção, empatia, saúde mental, segurança do trabalho e bem-estar emocional, cria-se um círculo positivo: mulheres mais saudáveis, equipes mais fortes e empresas mais humanas.
O Outubro Rosa corporativo é um convite para que empresas assumam o protagonismo na promoção da saúde feminina no trabalho, com iniciativas que envolvem informação, apoio psicológico, exames preventivos e valorização da segurança ocupacional. É também uma oportunidade de fortalecer vínculos, reconhecer a importância da equipe médica e construir um ambiente em que empatia e felicidade sejam valores vividos no dia a dia.
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Referências
- Instituto Nacional de Câncer (INCA). Estimativa 2025 – Incidência de Câncer no Brasil.
- Organização Mundial da Saúde (OMS). Mental health and cancer patients.
- American Cancer Society. Physical activity and cancer prevention.
- Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM). Recomendações para rastreamento.
- Ministério da Saúde. Diretrizes para detecção precoce do câncer de mama no Brasil.
- Harvard Business Review (2023). The Happiness-Productivity Connection.
- Lei nº 8.213/1991 – Planos de Benefícios da Previdência Social.
- Lei nº 12.732/2012 – Início do tratamento de pacientes com neoplasia maligna.